sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O uso da fita azul

 porque usar a fita

 Sinais externos são úteis e por vezes necessários em várias ocasiões e ambientes. Na liturgia Católica o uso de símbolos e sinais são amplamente utilizados e apenas a vestimenta de um sacerdote faz brotar em nós sentimentos de piedade e devoção. Por exemplo, a túnica branca que é usada pelos presbíteros e diáconos lembra-nos a pureza com que devemos pautar nossa vida para que possamos servir a Deus. As cores do tempo litúrgico indicam as predisposições que devemos ter nesses mesmos tempos: vermelho, o amor; verde, a esperança, roxo, a penitência, branco, a alegria...

As associações de fiéis católicos, dentre as quais consta as Congregações Marianas, possuem sinais externos de pertença e de devoção. As Congregações Marianas do Brasil usam, desde fins do século XIX, uma medalha prateada na ponta de uma fita azul que circunda o pescoço. Vários textos foram escritos sobre uma certa mística que a envolve e sua ostentação sempre foi motivo de júbilo e mesmo de profecias: “a fita azul salvará o Brasil” é a famosa frase do Cardeal Leme, referindo-se que a atitude de apostolado e de busca de santidade dos congregados marianos seria a salvação para um país de desmandos e pouca fé.


razões apresentadas para usar

 não faltam motivos para ser usada frequentemente: serve para propaganda das Congregações Marianas, para servir de referencial na assembléia paroquial, para colocar o congregado como um autêntico devoto, para demonstrar a falta de respeito humano (que tantas vezes é pedido pela Igreja ao fiel cristão), para demonstrar amor à Virgem Maria, à Igreja e também um santo orgulho de ser um filho dileto da Mãe de Deus.
Se muitos sacerdotes não sabem da existência das Congregações Marianas, deve-se em grande parte da falta de fitas azuis nas Missas.

para não usar

Estranhamente, há alguns que usam de justificativas para o seu não uso nas ocasiões adequadas. Talvez movidos por uma compreensão equivocada do que seja piedade ou mesmo estado de Graça, alegam esses que não usam da fita por não quererem ofender os que não são congregados, por não estarem eles frequentando a Congregação como deveriam, por não quererem aparecer (alegam que a Virgem não apareceu diante do Mundo então eles também devem imitá-la).
Nada mais equivocado! A Mãe de Deus apareceu quando era necessária sua intervenção: perante os Sacerdotes do Templo para recriminar o jovem sábio que tinha abandonado seus pais; nas Bodas de Caná, para evitar vergonha dos anfitriões, suscitando do seu Filho o início do Ministério antes da hora prevista; no Calvário, apresentando-se como “a mãe do criminoso” e suscetível a ofensas e agressões; etc.
Quem acha que o “segredo de Maria é o silêncio”, não entendeu quem foi a Virgem.
Entre os sacerdotes, há os que creem que seu uso sobre as vestes sacerdotais seria algo de anti-litúrgico ou mesmo profanador. Nada há, na história da Igreja, contra o uso de um sacramental sobre as vestes sacerdotais ou anexo a elas. E a fita azul é justamente isso, um sacramental, assim como o Escapulário do Carmo, com suas indulgências e bênçãos próprias


praticas exteriores incentivadas por santos

São Josemaria Escrivá, famoso por indicar a discrição na piedade, recomenda o uso constante do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo ao pescoço.
Santa Catarina Labouré era a fabricante de um sem-número de “medalhas milagrosas” e incentivava seu uso constante e visível.
São Luís Grignion de Montfort incentivava o uso das “pequenas correntes” pelos que haviam feito a sua Consagração Pessoal à Santíssima Virgem, mesmo visíveis.
Por mais pessoal que fosse uma devoção, muitos santos incentivavam sua propaganda para que outros se sentissem motivados a tê-las. É um erro achar que uma piedade escondida é mais meritória que uma piedade divulgada. Os que usam de argumentos da Sagrada Escritura da “oração em silêncio no quarto” esquecem do mandamento de “vá e anuncie o que viu”.

utilidade hoje

Num mundo aonde o visual impera e que a qualidade na maioria das vezes cede à imagem, usar de uma insígnia de piedade serve para reavivar ou mesmo suscitar bons pensamentos e nobres ideais.
Não por acaso, quase a totalidade das chamadas “novas comunidades eclesiais” possuem alguma espécie de cordão ou símbolo que ostentam mesmo em ambientes irreligiosos, como shopping-centers.
Devemos salientar que, no Brasil, o uso da fita azul é algo como que “solene”, isto é, de uso em ocasiões especiais. As celebrações eucarísticas são o momento clássico para o seu uso. Mas em adorações ao Santíssimo Sacramento, na celebração da Liturgia das Horas, e mesmo na recitação do Pequeno Ofício ou do Rosário em conjunto, seu uso é indicado.
Dependendo da utilidade pastoral dos Congregados, ou seja, o avivamento da devoção e pertença a uma associação tão importante quanto a Congregação, o uso da fita azul nas reuniões pode ser feito com bastante proveito.
Em reuniões públicas e solenes, tais como as assembleias, o uso da fita azul é um sinal bonito e edificante.

Conclusão

O uso coerente e consciente da Fita Azul é de muita utilidade para todos – sacerdotes, leigos, congregados – e de uma propaganda que dificilmente poderemos medir.

Seu uso coerente e contínuo indica falta de respeito humano e de orgulho de ser contado entre os filhos prediletos da Santíssima Mãe de Deus.

A própria piedade do Congregado se torna mais sensível e delicada. Sua postura se torna mais digna nas celebrações e atos piedosos.

Se foi criado tal objeto como a medalha e a fita azul, foi por pessoas que, no passado, viram e constataram sua utilidade. Continuemos essa tradição nos séculos que vêm.



Santa Maria, virgem fiel, rogai por nós.



fonte: http://livrosmarianos.blogspot.com.br/2012/09/a-fita-que-nao-uso.html

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Congregação Mariana

As Congregações Marianas tiveram início em 1563, quando o jesuíta Pe. Jean Leunis começou, entre os alunos do Colégio Romano, em Roma, um sodalício (grupo) cujos membros se distinguiam por uma vida cristã e mariana fervorosa e pela prática de diversas formas de apostolado. Enquanto as Congregações Marianas se espalhavam rapidamente pelo mundo, sobretudo nos Colégios da Companhia de Jesus, a Congregação Mariana do Colégio Romano foi erigida canonicamente, em 1584, pela Bula “Omnipotentis Dei” do Papa Gregório XIII, com o título de “Prima Primaria” (a primeira). A ela passaram a ser agregadas até 1967, as diversas Congregações de todas as partes do mundo, as quais podiam participar dos mesmos benefícios espirituais que lhe haviam sido concedidos pela Sé Apostólica. Em 1748, com a Bula Áurea “Gloriosae Dominae”, o Papa Bento XIV enriqueceu as Congregações Marianas com especiais privilégios. Mesmo após a supressão da Companhia de Jesus em todo o mundo, as Congregações Marianas continuaram a existir, confirmadas em 1773 pelo Breve “Commendatissimam” do Papa Clemente XIV. Em 1948, no segundo centenário da Bula “Gloriosae Dominae”, o Papa Pio XII, pela Constituição Apostólica “Bis Saeculari” (BS), deu às Congregações Marianas o que passou a ser sua Carta Magna. Em 1967, no impulso renovador que aconteceu nas associações religiosas após o Concílio Vaticano II, a Federação Mundial das Congregações Marianas, reunida em Roma, propôs uma modificação substancial das Regras Comuns, aprovadas pela Santa Sé em 1587 e atualizadas em 1910, substituindo-as pelos Princípios Gerais e as Normas Gerais, bem como a mudança do nome para Comunidade de Vida Cristã(CVX), para marcar a volta as origens da Espiritualidade Inaciana. Aceitos provisoriamente e, depois de 31 de maio de 1971, de modo definitivo, pela Santa Sé, esses documentos sofreram várias modificações sucessivas, sendo a última aprovada por Decreto do Pontifício Conselho para os Leigos, em 3 de dezembro de 1990. Em sua longa história, as Congregações Marianas, como verdadeiras “escolas vivas de piedade e vida cristã operante” (BS, 16; ver também BS, 12), deram, até o presente, à Igreja, pelo menos 62 santos canonizados e 46 beatos, 22 fundadores de Institutos Religiosos, mártires, missionários e leigos de vida cristã exemplar. De 1567 até agora, entre os 31 Papas que ocuparam a Cátedra de São Pedro, 23 eram Congregados Marianos, inclusive o Papa João Paulo II que, aos 14 anos, foi membro-fundador de uma Congregação Mariana, em sua cidade natal.Congregação Mariana do Brasil No Brasil, as Congregações Marianas existiram no período colonial, sobretudo nos Colégios da Companhia de Jesus e praticamente desapareceram com a expulsão dos jesuítas, em 1759. Em 1870, foi fundada novamente uma Congregação Mariana, agregada à Prima Primária, em Itu, Estado de São Paulo, e, a partir de então, tiveram elas notável crescimento em todo o País, quer em Paróquias ou em outros ambientes. Em 1927, iniciou-se o movimento federativo com a primeira Federação Estadual, no estado de São Paulo. Em 1937, criou-se a Confederação Nacional com sede no Rio de Janeiro. Foi o Brasil, nesta época, o líder, em todo o mundo, no número e crescimento de Congregações e Congregados. A mudança, em nível mundial, acontecida em 1967, não deixou de afetar a vida das Congregações Marianas no Brasil. Em 1970, em reunião nacional realizada em Juiz de Fora, Minas Gerais, foram por elas aceitos os Princípios Gerais, mas decidiu-se manter-se o nome tradicional de Congregação Mariana, aproveitando a liberdade concedida pela Federação Mundial das Comunidades de Vida Cristã, na Assembléia Mundial de 1967. Em maio de 1988, o Conselho Mundial das Comunidades de Vida Cristã, mantendo o reconhecimento das Congregações Marianas no Brasil, admitiu também a representação, naquele Conselho, das primeiras Comunidades de Vida Cristã que, como tais, já começavam a existir no País. Criou-se assim, uma dupla presença do Brasil naquele Conselho Mundial, através de associações que funcionam completamente independentes uma da outra. Tal situação levou as Congregações Marianas do Brasil, na sua Assembléia Nacional realizada em novembro de 1991, em Aparecida, estado de São Paulo, a aprovar um novo Estatuto da Confederação Nacional, no qual há uma referência explícita a uma Regra de Vida a ser elaborada, a qual, substituindo em âmbito de Brasil, os Princípios Gerais e as Normas Gerais, fizesse das Congregações Marianas do Brasil uma associação religiosa de leigos, autônoma, com a marca característica da devoção mariana, como sempre foram e continuaram sendo no Brasil. Esta decisão teve aprovação do Assistente Eclesiástico Nacional das Congregações Marianas, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Dom Eugênio Sales. Os Congregados Marianos do Brasil podem ser reconhecidos nas reuniões ou celebrações da Igreja pela fita que pende do pescoço da cor azul (cor litúrgica da Virgem Maria), em cuja extremidade está uma medalha prateada com a imagem do Nosso Senhor Jesus Cristo de um lado, de outro a da Mãe Santíssima, a Virgem Maria.

Fonte: Confederação Nacional das Congregações Marianas
http://cncmb.org.br/quem-somos